INÍCIO / Orquestra Metropolitana de Lisboa
Orquestra Metropolitana de Lisboa
27 NOV _19h30
Igreja de São Roque
Música Aquática
Fernando Miguel Jalôto | Cravo e Direção Musical
Marco Fernandes | Percussão
G. P. Telemann Música Aquática, Abertura (Suíte), TWV 55:C3
G. F. Händel Música Aquática, Suíte N.º 1, HWV 348
G. F. Händel Música Aquática, Suíte N.º 2, HWV 349
Improvisações Sobre a Água *
* Solista: Marco Fernandes (percussão)
Notas ao programa:
Em 1717, Händel compôs um conjunto de peças orquestrais destinadas a uma circunstância muito especial. Nessa noite quente de verão, a música abrilhantava um passeio de barco do Rei Jorge I da Grã-Bretanha pelo Tamisa. A população londrina aglomerava-se ao longo das margens do rio e escutava a música que provinha de uma das muitas embarcações que acompanhavam o cortejo, na qual os músicos tocavam trompas e trompetes, oboés e fagotes, cordas e percussões. Seis anos mais tarde, já na cidade de Hamburgo, também a música de Telemann soava numa cerimónia pública, desta feita um banquete comemorativo do 1.º centenário da Corporação da Marinha instalada naquela cidade portuária. Explicam-se, assim, as alusões feitas a figuras mitológicas como a ninfa do mar Tétis ou o deus das águas Neptuno. Os músicos da Orquestra Metropolitana de Lisboa recuperam agora essas melodias que encantavam há mais de trezentos anos e que, muita água passada, continuam a encantar.
Fernando Miguel Jalôto
Fernando Miguel Jalôto é membro fundador e Diretor Artístico do Ludovice Ensemble, um dos mais antigos e prestigiados grupos de Música Antiga em Portugal, membro do REMA. Colabora com agrupamentos especializados internacionais, tais como Oltremontano, La Galanía, La Colombina, Capilla Flamenca, Collegium Musicum Madrid, Ensemble Bonne Corde, Ensemble Allettamento e Ensemble Phoenix, entre outros. Foi o cravista principal da Orquestra Barroca Casa da Música desde 2007 até 2020. Apresentou-se com o Coro e a Orquestra Gulbenkian, a Divino Sospiro, a Lyra Baroque Orchestra, a Real Escolania de San Lourenço d’El Escorial, a Orquestra da Radiotelevisão Norueguesa, a Camerata Académica de Salzburgo, a Orquestra de Câmara Sinfónica da Galiza, a Real Filarmonia da Galiza, a Orquestra Sinfónica do Porto, a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro Casa da Música, entre outros. Solista em concertos para cravo e órgão de J. S. Bach, C. P. E. Bach, Handel, Guilhermina da Prússia e Carlos Seixas com a Orquestra Barroca Casa da Música, a Divino Sospiro e o Ludovice Ensemble. Gravou para as editoras Ramée/Outhere (cantatas francesas com o Ludovice Ensemble), Brilliant Classics (Integral das Suítes para Cravo Solo de Dieupart), Dynamic (Concerto para Cravo em Sol Menor de Seixas e a ópera Antigono de Mazzoni, com Enrico Onofri), Harmonia Mundi (com Andreas Staier), Glossa Music (com Jacques Ogg), Parati (Vasco Negreiros), Anima & Corpo (Pegaso de Merula com Raquel Andueza e La Galanía), Veterum Musica (Sonatas para Flauta e Cravo Obrigado dos irmãos Graun e cantatas de câmara portuguesas, ambos com o Ludovice Ensemble), Conditura Records (Integral das Suítes de Jacques Morel, com Sofia Diniz), Mezzo (Psyché de Mascitti/Battistin, com o Ludovice Ensemble), ARTE (Actéon de Charpentier, com Christophe Rousset) e RTP. Tocou com várias orquestras e grupos em toda a Europa, Israel, China e Japão. Apresenta regularmente recitais a solo de órgão e cravo em Portugal (Casa da Música, CCB, São Vicente de Fora, etc.), Espanha (a convite do Património Nacional, entre outros), Bélgica (Bruges, Antuérpia), Reino Unido (Handel House em Londres) e Países Baixos (Festival Oude Muziek de Utrecht, em recitais dedicados a Giovanni Salvatore, música inglesa do século XVII e folias italianas de Frescobaldi, Pasquini e Scarlatti). Como Maestro al Cembalo, dirigiu as Vésperas de Monteverdi, várias cantatas, missas e concertos de J. S. Bach, motetos de Rameau, concertos de Abel e Schiassi, árias de Handel, Almeida e Perez, oratórias de A. Scarlatti, óperas de Charpentier, Lully e Bourgeois em salas como a Fundação Gulbenkian, o CCB e os festivais de La Chaise Dieu, Bruges e Utrecht. Estudou no Conservatório Real da Haia (Países Baixos) com Jacques Ogg (Licenciatura e Mestrado em Cravo). Frequentou masterclasses com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont, Ilton Wjuniski e Laurence Cummings.
Estudou órgão barroco e clavicórdio. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro (Música de Câmara Setecentista em Portugal) e doutorando em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa, tendo como orientadores Rui Vieira Nery e Cristina Fernandes (Antonio Tedeschi e a Capela Real e Patriarcal de Lisboa no século XVIII).
Marco Fernandes
Nascido em Arrentela (1986), concelho de Seixal, inicia a sua aprendizagem em percussão na Escola de Música da Sociedade Filarmónica União Arrentelense. Prossegue os estudos musicais na Escola Profissional de Música e Artes de Almada, na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional e na Escola Superior de Música de Lisboa. É licenciado pela Universidade de Évora, na classe do prof. Dr. Eduardo Lopes; mestre em música e ensino da música pela Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação dos professores Pedro Carneiro e Richard Buckley; e frequenta atualmente o programa de doutoramento em música e musicologia da Universidade de Évora.
É um dos percussionistas portugueses mais ativos e versáteis da sua geração, focando-se particularmente no repertório de música de câmara. Colabora regularmente com as seguintes formações: Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Sinfonietta de Lisboa, Orquestra de Câmara Portuguesa, Lisbon Film Orchestra, Ensemble D’Arcos, Ensemble Mediterrain, Lisbon Ensemble 20/21, Lusitanus Ensemble, Quarteto Lopes-Graça, Quarteto Artemsax, Brass Factory, New Music Collective, entre outros.
Enquanto solista apresentou-se com a Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública e com a Banda de Música da Força Aérea Portuguesa, entre outros agrupamentos. Das diversas obras que lhe foram dedicadas, destacam-se ‘Gamala’ concerto para percussão e orquestra de sopros de Lino Guerreiro (2012) e Concerto para Beleza e Vibrafone de Jorge Salgueiro (2015).
É atualmente professor coordenador na Metropolitana (Academia Superior de Orquestra, Escola Profissional Metropolitana, Conservatório de Música da Metropolitana), professor assistente convidado no Departamento de Música da Escola d’Artes da Universidade de Évora e professor da Escola Artística de Música do Conservatório Nacional. É também diretor artístico do grupo de percussão “Percussões da Metropolitana” e presidente do júri do Concurso Internacional de Percussão da Beira Interior.
Marco Fernandes toca exclusivamente com baquetas e instrumentos das marcas: Innovative Percussion Inc., Majestic Percussion e Zildjian Company.
Orquestra Metropolitana de Lisboa
A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) é pedra angular de um projeto que se estende além do formato habitual de uma orquestra clássica.
Quando se apresentou pela primeira vez em público, no Mosteiro dos Jerónimos a 10 de junho de 1992, anunciou o propósito de fazer confluir as missões artística, pedagógica e cívica por intermédio de uma gestão otimizada de recursos e uma visão ampla e integrada de todas as vertentes do fenómeno musical.
Sempre apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa, por instituições governamentais do Estado e por vários municípios do entorno geográfico, e uma vez completadas três décadas de atividade, o valor da aposta é hoje consensualmente reconhecido, não somente pelos resultados alcançados, mas sobretudo pela relevância que tem no atual panorama musical do país.
Constituída por 35 músicos de 10 nacionalidades diferentes, um terço dos quais formados na Academia Superior da Metropolitana (ANSO), a OML é bastante versátil.
Multiplica-se com frequência em agrupamentos de música de câmara e junta-se regularmente aos alunos para formar uma orquestra de dimensão sinfónica. Esta plasticidade tem-lhe permitido interpretar um leque de repertório que se estende do barroco à contemporaneidade, passando pela ópera e pelas grandes sinfonias românticas.
Já estreou obras de grande parte dos compositores portugueses no ativo e, para lá da música que se reconhece na tradição clássica europeia, toca ainda outros estilos e tradições, tendo já partilhado palco com os Xutos & Pontapés, Carlos do Carmo, Rui Veloso, Mário Laginha, Tito Paris, Sérgio Godinho e muitos outros.
Tem conseguido, deste modo, dirigir-se ao público melómano, mas também às famílias e a toda a comunidade escolar, chegar junto das pessoas através do entusiasmo que todos sentimos pela música.
Em vez de concentrar as suas atuações numa única sala de concertos, a OML tem vindo a consolidar uma implantação territorial que irradia a partir da cidade de Lisboa para os concelhos mais próximos, e mais espaçadamente para todo o continente e arquipélagos.
Ao longo do seu historial também já tocou em França, Bélgica, Espanha, Áustria, Polónia, Cabo Verde, Índia, Tailândia, Coreia do Sul, Japão e China. Conta mais de dois milhares de concertos efetuados em formação orquestral, 23 CD e 1 DVD gravados, para lá de muitas transmissões radiofónicas e televisivas.
Tocou com alguns dos mais notáveis solistas nacionais, entre eles Maria João Pires, Sequeira Costa, António Rosado, Artur Pizarro, Pedro Burmester, Elisabete Matos, Gerardo Ribeiro, Vasco Barbosa, Paulo Gaio Lima e Ana Bela Chaves, e também com prestigiados solistas internacionais, como Montserrat Caballé, Jose Carreras, Leon Fleisher e Natalia Gutman. Entre muitos, foi dirigida pelos maestros Enrique Dimecke, Arild Remmereit, Christopher Hogwood, Theodor Guschlbauer, Emilio Pomàrico e, mais regularmente, Nicholas Kraemer, Brian Schembri (Maestro Titular em 2003/2004), Olivier Cuendet, Enrico Onofri e Michael Zilm.
As direções artísticas da OML foram sucessivamente confiadas a Miguel Graça Moura – fundador do projeto –, Jean-Marc Burfin, Álvaro Cassuto, Augustin Dumay, Cesário Costa e Pedro Amaral.
Pedro Neves é, desde janeiro de 2021, Diretor Artístico e Maestro Titular.