INÍCIO / Avres Serva
Avres Serva
27 OUT _21h
Igreja de São roque
A música em Coimbra no início do século XIX
A celebração dos 700 anos sobre a primeira referência à cátedra de Música na Universidade de Coimbra (1323). Obras de José dos Santos Maurício e de Francisco de Paula e Azevedo numa primeira audição moderna.
Mariana Castello-Branco, Maria João Sousa | Soprano
Comemoram-se 700 anos sobre a primeira referência à cátedra de Música na Universidade de Coimbra, datada de 1323. José dos Santos Maurício e o seu sucessor, Francisco de Paula e Azevedo, figuram entre os lentes de grande talento artístico cuja produção musical no norte do reino permaneceu ativa, num momento político particularmente conturbado, onde se assistia à progressiva extinção das ordens religiosas, à invasão francesa, e à transferência da família real para o Brasil. José Maurício exerceu as funções de organista, professor e mestre de capela nas cidades da Guarda e Coimbra, demonstrando o prestígio alcançado pelo compositor que, em 1802, é nomeado por D. João VI “professor e lente proprietário da cadeira de Música e Mestre da Real Capela da Universidade”. Francisco de Paula e Azevedo foi igualmente mestre de capela da Sé de Coimbra. A música destes dois compositores, apesar da sua grande qualidade e do indubitável interesse musicológico, tem permanecido quase silenciada, razão pela qual resolvemos dedicar-lhe um programa completo.
José dos Santos Maurício (Coimbra, 1752 – Figueira da Foz, 1815)
* Feria 6ª in parasceve, Lectio 6ª a duo, con violoncelo obligato, ed organo e corni in cartina, non obligati
Francisco de Paula e Azevedo (Coimbra, fl. 1815 – 1837)
* Responsório dos Defuntos Subvenite Sancti Dei
* Responsório dos Defuntos Libera me
José dos Santos Maurício (Coimbra, 1752 – Figueira da Foz, 1815)
* Missa de Requiem, Concertada a 4 vozes e Orgaõ, Com Violinos, Viola, Basso, Oboes e Trompas ad libitum
– Introitus
Requiem aeternam
Te decet hymnus
Requiem aeternam
– Kyrie
– Sequenzia
Dies irae
Quid sum miser
Lacrimosa
– Offertorio
Domine Deus
Quam olim Abrahae
Hostias
Quam molim Abrahae [repete]
– Sanctus
– Benedictus
– Agnus Dei
– Communio
Lux aeterna
Cum sanctus tuis
Francisco de Paula e Azevedo (Coimbra, fl. 1815 – 1837)
* Hymno Veni creator spiritus
José dos Santos Maurício (Coimbra, 1752 – Figueira da Foz, 1815)
* Te Deum a 4 vozes com Órgão e Trompas ad libitum
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Todas as obras serão ouvidas em primeira audição moderna.
Criado em 2015 por Nuno Oliveira, que tem a seu cargo a direção musical, bem como a elaboração e transcrição para notação moderna do repertório a apresentar, o grupo pretende dar a conhecer repertório dos séculos XVI a XIX, sempre em interpretações historicamente informadas, com destaque para música portuguesa. Estreou-se nesse ano com Música Italiana para um Ofício de Vésperas no Ciclo de Música do Convento dos Capuchos. No ano de 2018 salienta-se a participação do grupo nos Dias da Música 2018, tendo sido interpretadas as Cantatas BWV 35 e BWV 169 de Johann Sebastian Bach, numa primeira execução em Portugal com instrumentos, afinação e temperamento históricos. No ano de 2019, o grupo marcou presença na Temporada de Concertos da Capela do Paço Ducal, em Vila Viçosa, e no Festival das Artes, em Coimbra. No ano de 2020, voltou a estar presente na Temporada de Concertos da Capela do Paço Ducal, e fez a sua estreia na Temporada de Música em São Roque. Nestes concertos o grupo apresentou programas de música portuguesa dos séculos XVII, XVIII e XIX em primeiras audições modernas. No ano de 2022 fez a estreia portuguesa da Oratória de São João Baptista de Alessandro Stradella, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. No presente ano de 2023 fará a sua estreia no Cistermúsica, em Alcobaça, e irá marcar nova presença na Temporada de Concertos da Capela do Paço Ducal, em Vila Viçosa.
Em Fevereiro de 2024 irá fazer a sua estreia no Convento de São Francisco, em Coimbra, apresentando o Requiem de Mozart numa versão camerística e em instrumentos da época.