INÍCIO / Ensemble D. João V

Ensemble D. João V

22 OUT _16h30
Igreja do Convento de São Pedro de Alcântara

Jóias do Barroco

Sonatas e arias de Pedro António Avondano; uma sinfonia de Carlos Seixas e uma cantata composta por António Vivaldi, um dos expoentes máximos do Barroco musical.

Sandra Medeiros | Soprano
Tera Shimizu | Violino I
Miguel Simões | Violino II
Álvaro Pinto | Viola
Duncan Fox | Violone
Cândida Matos | Cravo

O Ensemble D. João V propõe “Jóias do Barroco” um encantador e brilhante programa que apresenta várias “jóias” do repertório do Barroco musical Português. O programa inclui duas magníficas sonatas e duas belas arias de Pedro António Avondano, numa escrita musical ao estilo italiano cheia de vivacidade e brilhantismo, uma sinfonia de Carlos Seixas, um dos maiores compositores portugueses para a música de tecla, e uma expressiva e cativante cantata composta por António Vivaldi, um dos expoentes máximos do Barroco musical. 

Pedro António Avondano, compositor natural de Lisboa, foi primeiro-violino da Real Câmara de D. João V. tal como seu pai o virtuoso violinista genovês Pietro G. Avondano contratado na época para o serviço do Rei. Pedro A. Avondano é particularmente notável pelas suas sonatas para cravo e sua música sacra. Ele também escreveu óperas como Berenice e Didone, entre outras. A aria Ah! Non sai bella Selena, número retirado de Dido, conhecido drama de Metastasio, terá sido criada para incluir uma produção de David Perez, no Teatro do Bairro Alto. 

Carlos Seixas, natural de Coimbra, foi organista, cravista e um dos maiores compositores portugueses para a música de tecla.  

Exerceu o cargo de organista da Sé de Coimbra e foi nomeado organista da capela real em 1720. Apesar da influência italiana e francesa que se constatam em algumas das suas obras, criou um estilo muito próprio que foi imitado, durante algum tempo, após a sua morte. Conhecem-se apenas três composições orquestrais do compositor: o Concerto para Cravo e Orquestra, a Abertura em Ré Maior e a Sinfonia em Si bemol Maior 

António Vivaldi, compositor italiano criador de uma extensa obra que inclui concertos, operas, cantatas, entre outros géneros musicais. A sua cantata Vengo a voi, luci adorate RV682, composta para cordas e contínuo, pertence ao último período de Vivaldi cuja produção do compositor revela um sentido particularmente feliz de invenção. Aqui o uso combinado de tercinas e ritmos lombard (ritmos sincopados característicos por ex. das danças escocesas) dá grande elegância à música tornando-a expressiva e cativante. A segunda ária apresenta um dispositivo composicional particularmente caro ao compositor: a repetição insistente de um ponto de pedal (som sustentado). Durante toda a duração da ária, os violinos repetem a mesma nota em sincopa, como se simbolizassem a constância de um amante desesperado. 

Sinfonia em Si bemol Maior
Allegro-Adagio-Menuetto
Carlos Seixas (1704-1742)

Aria Ah non sai bella Selene (Didone)
Sonata em Trio em Dó Maior
Adagio-Allegro-Largo-Allegro
Pedro António Avondano (1714-1782)

Cantata Vengo a voi, luci adorate, RV 682
Aria- Recitativo – Aria
Antonio Vivaldi (1678-1741)

Sinfonia em Ré Maior
Allegro – Adagio-Allegro
Aria Misera a tante pene
Pedro António Avondano (1714-1782)

O Ensemble D. João V foi formado como resultado do trabalho em grupo realizado pelos seus membros durante o Curso Internacional de Música Antiga, no Convento de Cristo em Tomar, em 2007, organizado pela Academia de Música Antiga de Lisboa. O Ensemble é constituído por um grupo de músicos com larga experiência que se dedica a interpretar e a divulgar a música do Período Barroco utilizando instrumentos de época. Com a particular preocupação em divulgar a música barroca portuguesa inclui também no seu repertório compositores tais como João Avondano, Carlos Seixas, António Teixeira, Francisco António de Almeida, entre outros.

Visando um aperfeiçoamento técnico e artístico especializado, o Ensemble D. João V frequentou masterclasses sob a orientação de prestigiadas individualidades musicais tais como Jill Feldmann, Richard Gwilt, Enrico Onofri, entre outros.

Desde a sua criação atuou no Convento de Cristo em Tomar (integrado nos cursos de Música Antiga), nos festivais de música de Albufeira, de Portimão, do Estoril, de Alcobaça  Cistermusica), de Braga (Do Ferro ao Ouro), no Festival Ibérico de Musica de Badajoz, no ciclo Música nos Claustros (Eborae Musica-Évora), na temporada de concertos do Salão Nobre do Conservatório Nacional de Lisboa, no Foyer do Teatro Nacional de São Carlos (Lisboa), na temporada de Música Barroca de Sintra e na Biblioteca da Extremadura em Badajoz/Espanha (integrado no IV Carmina Antiqua). A composição do Ensemble é flexível, dependendo do repertório que interpreta.

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