INÍCIO / Orquestra Sem Fronteiras

Orquestra Sem Fronteiras

28 NOV _19h30
Igreja de São Roque

Orquestra Sem Fronteiras
Fotografia por Tiago JF Fonseca

O chiaroscuro de Vivaldi e Bach

Martim Sousa Tavares | Direção Musical

Joana Valente | Mezzo-Soprano/Alto

A. Vivaldi

Sinfonia “al Santo Sepolcro”

A. Vivaldi

Stabat Mater

J. S. Bach

Ária da Suite nº3 orquestral em Ré Maior

J. S. Bach

Cantata nº54, “Widerstehe doch der Sünde


Notas ao programa:

Sob os tectos centenários da Igreja de S. Roque, irá ecoar o contraponto de melodias sensíveis, tanto sombrias como luminosas, da pena de Antonio Vivaldi e Johann Sebastian Bach.

Com Vivaldi, entra-se na música através da escuridão, invocada pela sua pungente Sinfonia “Al Santo Sepolcro”, que é quase rocha feita música. De seguida, com o seu “Stabat Mater”, o tempo irá parar, numa meditação sobre a incomensurável dor da mãe de Cristo que chora aos pés da cruz, de onde recebe o corpo do filho morto.

Cumpre-se então a escuridão e é tempo de rumar à luz, através da música de Johann Sebastian Bach, com a luminosidade da “Ária” da 3ª Suite para Orquestra, a que se seguirá a Cantata “Widerstehe doch der Sünde”, que tal como uma escada celestial, irá reencontrar o público com a luz que há na música e dentro de cada qual.

Martim Sousa Tavares

Martim Sousa Tavares é natural de Lisboa, onde nasceu em 1991. Formado em Ciências Musicais e Direção de Orquestra entre Lisboa, Milão e Chicago, cumpriu este percurso com honras académicas e bolsas Fulbright e Eckstein Foundation.

Funda em 2014 em Brescia a Orchestra di Maggio, seguindo-se em 2019 a Orquestra Sem Fronteiras, com sede em Idanha-a-Nova e que se apresentou em mais de 100 localidades entre Portugal, Espanha e Brasil, tendo vencido em 2022 o Prémio Carlos Magno para a Juventude, do Parlamento Europeu e o prémio de música da Mirpuri Foundation.

É maestro titular da Orquestra do Algarve desde janeiro de 2023 e a sua atividade recente inclui concertos com a Orquestra da Rádio Nacional da Roménia, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Filarmonia das Beiras e Orquestra do Norte.

Desenvolve uma atividade intensa no âmbito da comunicação cultural, tendo assinado mais de 150 programas na RTP2, RTP Palco e Antena 2. Criou e apresenta, desde 2018, o ciclo “Ouvidos para a Música” na Temporada de Música em São Roque.

No jornal Observador mantém uma newsletter e um podcast semanal: o mais ouvido em Portugal no domínio da música. No ramo da direção artística, concebeu A Boca do Lobo, um ciclo de música clássica no Lux-Frágil, assumiu a coordenação do programa cultural da candidatura de Aveiro a Capital Europeia da Cultura em 2027 e é o atual diretor artístico do Festival de Sintra.


Joana Valente

A sua carreira musical tem vindo a desenvolver-se pelo desempenho solístico e de Música de Câmara, interpretando repertório de vários estilos e épocas.

Na temporada de 2023-2024 da Real Filharmonía de Galicia, cantou a parte de alto na obra “La Passion de Simone” de Kaija Saariaho, apresentada na sua versão adaptada para quarteto de solistas, sob a direcção da maestrina Joana Carneiro. Ainda como solista tem cantado regularmente com Orquestra Sinfónica Casa da Música, Remix Ensemble e Orquestra Barroca Casa da Música. Fundou o Duo Invicta com o pianista Nuno Caçote, com quem gravou e tem apresentado em recital “Homenagem a Pedro Blanco – A Mazurka e a obra para canto e piano” e “Mar Portuguez” de Rui Soares da Costa.

Colabora com os “Pulsat Percussion Group” cuja obra Goldbeater’s Skin de C. Cerrone teve apresentação na Casa da Música, no Festival Cem Portas, em Coimbra e mais recentemente no 50ª Edicção do FIME – Festival Internacional de Música de Espinho. Colaborou também com os “Drumming PG” aquando da homenagem realizada ao compositor Steve Reich, no Teatro Real de Madrid e, mais recentemente, no Teatro Municipal do Campo Alegre, com transmissão online. Ainda com o mesmo agrupamento apresentou “Music for 18 musicians” de Steve Reich na 47ª Edição do FIME – Festival Internacional de Música de Espinho. Ainda no âmbito de música de câmara, colaborou com Clepsidra, nomeadamente, na estreia mundial das obras “ReCanto” de José Luís Borges Coelho, “Voces Hominum” de Gerson de Sousa Batista e “À Toa” de Pedro Dossem no XXXIX Festival International de Música da Póvoa do Varzim. É cantora residente do Coro Casa da Música desde a sua fundação, em 2009 e tem trabalhado com regularidade com maestros como Paul Hillier, Nils Schweckendiek, Sofi Jeannin, Laurence Cummings, entre outros.

Em Ópera apresentou-se como drei Magde em Elektra de R. Strauss – versão concerto, sob direcção de Stefan Blunier, com a Orquestra Sinfónica Casa da Música. Também representou personagens como Enfant em L’Enfant est les sortilèges de Ravel; Feiticeira em Dido and Aeneas de Purcell; Bastien em Bastien und Bastienne e 3aDama de Die Zauberflöte e Marcelina em Le Nozze di Figaro de Mozart; António em Irene de Alfredo Keil; Jenny em Die Dreigroschenoper de Kurt Weill. Trabalhou com encenadores como Peter Konwitschny, António Durães, Fernanda Correia, Marcos Barbosa.


Orquestra Sem Fronteiras

A Orquestra Sem Fronteiras tem sede em Idanha-a-Nova e existe para apoiar e fixar o talento jovem no interior do país, combatendo o abandono do ensino da música, premiando o mérito académico e promovendo a participação cultural em territórios de baixa densidade populacional.

Neste âmbito, a OSF apresenta-se em dezenas de localidades, sobretudo no interior raiano, oferecendo concertos, palestras, ensaios abertos e outras ações de pedagogia e introdução à música às populações locais.

No sentido de aprofundar o seu impacto, a OSF desenvolve projetos anuais de música em comunidade, privilegiando a ligação a comunidades, escolas e outras realidades sociais no interior do nosso país.

Por último, a OSF promove valores de cooperação e integração transfronteiriça, tendo por várias ocasiões a oportunidade de combinar, lado a lado, músicos portugueses e espanhóis, numa programação que está representada de ambos os lados da fronteira.

No seu todo, a OSF tem como matriz a criação de oportunidades de participação e fruição cultural, fortalecendo o ecossistema social, económico e cultural do nosso país e contribuindo para a diminuição das assimetrias geográficas.

Pelo reconhecimento da importância da sua missão, a OSF tem desde 2019 o estatuto de utilidade pública cultural.

Em 2022, a OSF foi a vencedora do Prémio Carlos Magno para a Juventude, o mais importante prémio europeu para a juventude, promovido pelo Parlamento Europeu e escolhido entre 455 candidatos de todos os estados-membros da União Europeia.

Em 2022, a OSF venceu também o Prémio Carlos Pontes de Leça da Fundação Mirpuri, e obteve uma menção honrosa no Prémio Portugal Justo, da Fundação António Manuel da Mota.

Desde a sua fundação, em Março de 2019, a OSF já se apresentou em mais de uma centena de ocasiões, apoiando mais de 250 jovens músicos e chegando a vários milhares de pessoas em zonas de baixa densidade populacional.