Polifonia Portuguesa
A “Idade de Ouro” da polifonia portuguesa: música da Sé de Évora.
ELEMENTOS
Inês Tavares Lopes | Direção
PROGRAMA
Estevão de Brito
Heu Domine
Filipe de Magalhães
Comissa mea pavesco
William Byrd
Missa a 4 vozes
Kyrie
Gloria
Manuel Cardoso
Non Mortui
Estevão Lopes Morago
Oculi mei semper ad Dominum
William Byrd
Missa a 4 vozes
Credo
Manuel Cardoso
Lamentações para Quinta-feira Santa
Estevão Lopes Morago
De profundis
William Byrd
Missa a 4 vozes
Sanctus
Agnus Dei
William Byrd
Ave verum corpus
Estevão Lopes Morago
Versa est in luctum
Duarte Lobo
Audivi vocem de caelo
NOTAS DE PROGRAMA
A chamada “Idade de ouro” da Escola de Música da Sé de Évora foi uma época de grande relevo para a música portuguesa. A maioria das obras que compõem o presente concerto procedem da polifonia vocal sacra da Sé de Évora, no período em que esta se distinguiu como um dos mais importantes centros musicais portugueses. No século XVI e XVII estiveram ativos compositores como Frei Manuel Cardoso (1566-1650), Filipe de Magalhães (c.1571-1652), Duarte Lobo (c.1565-1646) e, depois, Estevão Lopes Morago (1575? – 1630?) e Estevão de Brito (c. 1570–1641), atualmente considerados figuras relevantes na música da era renascentista. Alternando com uma Missa a quatro vozes do compositor inglês William Byrd (1543-1623), o Coro Gulbenkian interpreta alguns dos motetes mais emblemáticos dos compositores portugueses, entre eles Audivi vocem de caelo, de Duarte Lobo, uma das obras mais conhecidas deste período.
DADOS BIOGRÁFICOS
Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de cem cantores, atuando igualmente em grupos vocais mais reduzidos. Assim, apresenta-se tanto como grupo a cappella, interpretando a polifonia dos séculos XVI e XVII, como em colaboração com a Orquestra Gulbenkian ou com outros agrupamentos, para a interpretação de obras coral-sinfónicas do repertório clássico, romântico ou contemporâneo. Na música do século XX tem interpretado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros. Tem sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, entre as quais a Philharmonia Orchestra de Londres, a Freiburg Barockorchester, a Orquestra do Século XVIII, a Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Baden-Baden, a Sinfónica de Viena, a Orquestra do Concertgebouw de Amesterdão, a Orquestra Nacional de Lyon, a Orquestra de Paris, a Orquestra Juvenil Gustav Mahler, ou a Orquestra Sinfónica Simón Bolívar. Foi dirigido por grandes figuras como Claudio Abbado, Colin Davis, Frans Brüggen, Franz Welser-Möst, Gerd Albrecht, Gustavo Dudamel, Jonathan Nott, Michael Gielen, Michael Tilson Thomas, Rafael Frübeck de Burgos, René Jacobs ou Theodor Guschlbauer.
O Coro Gulbenkian tem participado em importantes festivais internacionais, tais como: Festival Eurotop (Amesterdão), Festival Veneto (Pádua e Verona), City of London Festival, Hong Kong Arts Festival e Festival Internacional de Música de Macau. Em anos recentes, apresentou-se no Festival d’Aix-en-Provence, numa produção da ópera Elektra, de Richard Strauss, com a Orquestra de Paris, dirigida por Esa-Pekka Salonen, que teve a assinatura do encenador Patrice Chéreau. Em 2015 participou, em Paris, no concerto comemorativo do Centenário do Genocídio Arménio, com a World Armenian Orchestra dirigida por Alain Altinoglu.
A discografia do Coro Gulbenkian está representada nas editoras Philips, Archiv / Deutsche Grammophon, Erato, Cascavelle, Musifrance, FNAC-Music e Aria-Music, tendo ao longo dos anos registado um repertório diversificado, com particular incidência na música portuguesa dos séculos XVI a XX. Algumas destas gravações receberam prémios internacionais.